domingo, 30 de novembro de 2008

ESTRELAS NO OLHAR!!!


AINDA HÁ ESTRELAS EM MEU OLHAR


Que eu possa ser uma nova criatura

Que eu possa olhar o mundo com olhos de bondade

Que o meu querer seja desprovido de maldade

Que o mal que me façam eu veja como escada para meu crescimento

Que eu possa me olhar no espelho sem vergonha de mim mesma

E refletido nele ver meu olhar e enxergar por mim os meus muitos defeitos

Que eu possa amar sem preconceitos e sem temor

Amando apenas pelo amor de amar, sem amarras

Que esse meu amar seja livre e com olhar de paz

Que eu possa sentir e suportar o peso dessa liberdade em mim

Que eu possa ter a força de um leão no meu coração

Que eu nunca tenha medo de amar para não sofrer

Que eu possa deixar brilhar no meu olhar sofrido

Todas as estrelas que ainda tenho dentro de mim

Que brilhem mesmo em meio às lágrimas

Eu sei que existem estrelas em meu olhar...

Eu sei que em meu olhar há estrelas...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

AUSÊNCIA

AUSÊNCIA

Preciso de você e busco seu sorriso
Em lábios estranhos que passam por mim
Ouço seu suspiro leve e suave em bocas estranhas
Não é você, não são seus suspiros...
Sua presença é viva em mim, mas onde está?
Sob a luz pálida da lua caminho pelas calçadas
Calçadas nuas e frias, escuro em mim..
.
Nada encontro, não me encontro, não mais você
Sorrisos passam por mim em lábios estranhos
Não os enxergo e não me vêem eles também
Mas eu busco você nas madrugadas frias
Perambulo pelas ruas como dementada
Busco sua voz, nada encontro, só sons estranhos
Caminho longamente, sigo adiante
Mas após retorno cabisbaixa
Na minha busca nada é você

Nunca é você, nenhum sorriso do meu encontro
Nada mais é você...
Mas onde está se não aqui, mas faz eco em mim?


PRISIONEIRA DE MIM...


PRISIONEIRO

No silencio da noite algo me machuca a mente
Há um grito preso no peito, uma dor surda
Ininteligível, inacessível, um sussurro que faz eco
E machuca minha solitude noturna...

Procuro, debalde, encontrar a razão
Nada encontro e me ponho a cismar...
De repente, num súbito de lucidez
Um estalo na mente e uma saudade de mim...
Me vem uma saudade da criatura que fui
E que sei já não ser

E me indago onde me perdi...
Nos embriagantes soluços do teu amar?
Nos sussurros de amor que ouvi e falei, tantos?...
Onde ou quan do me apartei de meu EU?
E na madruga fria e insone vem a descoberta
O grito que ecoa dentro de mim sou EU
Ou o que fui um dia e me perdi de mim...
Reprimi, aprisionei, violentei, quando não vivi
Todos os sonhos que sonhei...

Renunciei por amor, amei, por certo e por demais
Mas agora e só agora
Reconheço que por esse amor
Aprisionei, enjaulei meu EU e esqueci de mim...
Na embriagues dos laços teus... doces laços que

Me aprisionaram e eu renunciei a tudo que sonhei...
Ah, descoberta estranha e aterradora
Me perdi de mim quando assumi minha insensata
E estranha necessidade de liberdade...
Sim, por que ser livre tem um preço
Alto preço que se paga com a solidão
A solidão dos diferentes, anormais, irracionais...

Paguei e ainda pago o preço dessa libertação
Dos laços que desfiz (desfiz?) a duras penas...
Sou livre, enfim, mas por que meu EU continua
Aprisionado dentro de mim?

Ah, solidão... O grito surdo é meu...
Que me perdi de mim por amor...

A SOLIDÃO DAS HORAS

Ah, sentimento de vazio e solidão...
Ah, horas mortas essas que custam a passar...
Por momentos sinto a alma a me sair do corpo
E ir ao teu encontro, mas onde estás?!?
Ah, angústia de querer e não poder...
Ah, sensação de inutilidade, de ser nada...
Ah, falta de sossego, de paz interior.
..
Mas, como tê-los se sequer minha alma está em mim?!?
Há em mim tal sentimento de solidão e desassossego
Que chega a ser desolação...
Minto, finjo o tempo inteiro...
Um dia fui feliz?
Não que eu lembre
Mas sinto falta dessa felicidade

Sentimento efêmero, meteórico em minha vida...
Ah, sensação de nunca ter sido nada
A felicidade sempre passou ao redor de mim
Jamais chegou a mim, sempre distante e fulgaz...
Ah, sensação de vazio e oco no coração...
Entre o que vêem em mim e o que sou
Há um mar imenso de vazio e solidão e des
assossego!
Sou uma invenção, caricatura de sorrisos e risos...
Ah, sensação de desassossego que não passa...
Ah vontade de voar, sem rumo...
Sem rumo com roteiro certo
Ah, quero apenas te ver e te tocar
Ah, queria apenas te encontrar...

Ah sensação de vazio, de falta tua...
Ah, coração, que teima em querer
O que não pode ter
...

MINHA TRISTEZA...

Pra esquecer minha tristeza...

Pra esquecer minha tristeza
Faço caras e boca, sorrisos amarelos...
Sorrio e abro bem os olhos que teimam em fechar...
Quando preciso esquecer
minha tristeza
Mantenho-as no secreto arcabouço das minhas lembranças...
Quando quero esquecer minha tristeza
Calo meu grito e a voz sai mansa, delineio meu falar...
De modo a que pensem que
estou em paz...
Quando tenho que esquecer minha tristeza
Falo com o olhar inexpressivo e, sup
ostamente sereno...
Olhar seco, pois as lágrimas estão bem guardadas
No compartimento secreto das lembranças
No arquivo vivo de minhas mortas lembranças...
É lá onde posso ch
orar...
Quando vou esquecer minha tristeza?...
Não existe tempo, nem lugar...
Pois quando ela se instala me dualizo,
Me transformo e deixo a aparent
e alegria se achegar...
Quando quero esquecer minha tristeza
Aí é que começo a chorar...
Quando quero lembrar minha tristeza
Me recolho e deixo extravasar
Correr o pranto, molhar o rosto
Deixo escorrer toda a lágri
ma presa em meu olhar...

FOTOGRAFIA...


FOTOGRAFIA

Hoje vi os olhos da minha juventude...
Como brilhavam, cheios de alegria!
Hoje revi os traços de um rosto cheio de confiança
Sem rugas de ressentimentos...
Hoje revi um sorriso

Cuja pureza não havia, ainda,
Sido maculada pela malícia do mundo...
Hoje revi um passado...
Viajei naquele rosto...
Senti saudades...
Hoje revi uns olhos
Hoje revi o passado
Hoje, revi uma foto daquela que fui...


terça-feira, 18 de novembro de 2008

SOLIDÃO...


SOLIDÃO AMIGA


A solidão certas vezes maltrata

Solidão as vezes nos mata aos poucos

Na surdina em nosso intimo sem que se perceba...

Nada existe que preencha o vazio nesses momentos...

Em certos momentos caminhar faz bem

Observar o vai-e-vem das ruas, pessoas que passam e nem enxergam

Como é desolador esse sentimento de não ser ninguém

De não ter mais esperanças de ser ou ter...

Ah, solidão que mata, sufoca o peito, não há como esconder...

Chega a noite, fria, escura, cheia de mistérios...

Ela é benfazeja e apraz ao solitário, tão escura e fria como dentro da alma...

Entra-se num labirinto escuro e frio, a sós, só pensamentos e mais nada...

É então hora de tirar a máscara e deixar cair dos olhos

A dor de ser só que está no coração...

Ah, solidão que maltrata, companheira inseparável dos meus dias...

Que certas horas me maltrata, mas que me faz companhia...

E, nesse paradoxo de vida, nesse continuo estar só

Sente-se a companhia...

Ah, seja bem vinda amiga solidão...

CANSADA...



CANSAÇO

Ah, me sinto tão cansada...

Cansada de andar em círculos viciosos

Cansada das minhas mortas ilusões

Cansada do vai-e-vem da vida de clichês obsoletos

Cansada de caminhar rumo a lugar nenhum...

Ando tão cansada...

Cansada de viver por viver

Cansada de usar essa máscara de alegria

Que machuca minha real identidade

Ando tão cansada de ser apenas mais um rosto na multidão

Cansada de olhar pro futuro e ver apenas o nada

Cansada de olhar pra esses nadas...

Estou tão cansada...

Cansada de não ter olhos amorosos a me fitarem

Cansada de não ter a quem abraçar

Cansada de não ter ninguém, de não ser de ninguém...

Ando tão cansada, simplesmente cansada de ser EU...


quinta-feira, 13 de novembro de 2008

TI VOGLIO VITA...


NON VOGLIO ANDARE VIA DA TE...



Non voglio andare via da te..
Solo voglio il tuo sguardo in tutti i momenti...
Cercami nella mia solitudine in mia esenzia di vita...
Solo cercami se sono triste...
Solo guardami se sono fragile...
Mi é mancato tuo sguardo e il tuo viso sul mio sguardo...
Mi manchi in ogni cose...
Non mi lasciar andare via da te cosi...
Non voglio stare lontana di nostri sogni...
Voglio vivere un sogno e in sogno con te...
Guardami e cercami vita mia...
Ho bisogno d’amore, del tuo amore e solo il tuo...
Per te sono uma donna e sono tua... perché mi ho datto a te...
Ma cercami poi sono solo una bambina con tanti sogni...
Ma ho un corpo da donna che voglia coccole e amore...
Non mi lasciar andar via da te...
Guardami con tuo sguardo d’amore e saremo vicini...
Nostre anime si sono conosciute da tempo...
Siamo una coppia e ti amo...
Ma cercami amore mio e guarda in tuo cuore per sempre...
Non voglio andare via da te...
(PER TE AMORE – MADALENA RIBEIRO



CERCAMI VITA MIA...


CERCAMI AMORE MIO...


Cercami amore mio...
Guardami con occhi teneri...
Vedo mai angoscia per non verderti...
Cercami amore mio...
Non mi lasciare andare via...
Ho bisogno del tuo sguardo...
Cercami amore mio...
Guardami con occhi d’amore...
Il mio camminare si fa troppo difficile senza de te...
Cercami amore mio...
Oggi sono andata al mare per sentirti li...
In quel grande e infinito mare...

Sono stata a cercarti in aria e spiaggia
Ascoltando il linguaggio della tua anima
Cosi come la spiaggia ascoltava il linguaggio delle onde...
Ma non eri li e tutto si fa triste in me...
Cercami amore mio...
Si siamo lontani cercami in piccoli fiori e vivrò in quel fiorellino...
Cercami cercami in aria che ti va in viso...
In calore del sole al giorno poi ti amerò in ogni raggio del sole...
Cercami in piccole stelline e nella luna nelle notti fredde...
Ma cercami amore mio...
Guardami nel tuo cuore, guardami amore mio...
Come sei tu in me per sempre...
Come ti cercherò per sempre in mio pensiero...
(PER TE AMORE – MADALENA RIBEIRO


terça-feira, 11 de novembro de 2008

ESTOU SÓ...




É madrugada, estou só, não que a solidão me incomode, ela me consola, é minha amiga, minha companheira, minha irmã das noites... Como sinto sua falta, de seus braços, abraços, colo, aconchego! Estou só e comigo, sou várias, me desconheço, as vezes, mas sou eu, nessa busca de vida, de mim! Estou ainda no passado, meu futuro é incerto e não sei o que me reserva, mas ele não me preocupa! Me enlouquece esse presente, que vive no passado e isso está matando minhas esperanças no futuro! Futuro... nem sei como será e nem quero saber! O que eu queria no meu futuro não posso ter, então ele pra mim não existe, é mera expectativa e nem me pulsa o coração se haverá ou não! O que me dói é esse presente sem esperanças, essa dor sem trégua, esse desassossego, essa falta de amor! Ah, sensação de vazio e solidão que nada preenche... Sou sombria, mas cheia de luz, paradoxo isso, não? Mas sei que há luz em mim e um dia, um dia, se meu futuro chegar, essa luz há de brilhar! (Madalena Ribeiro)

DESEJOS...



MEUS DESEJOS

Quero ser tua ilha, tua paisagem deserta e florida, tua montanha a ser escalada, os sussurros do mar... E, olha, quando o mar estiver bravio, escuta-o atentamente Por que serei eu, clamando por tua presença... Sim, quero a solidão a dois, sem interferências externas Pensamentos e emoções conjuntas É isso que quero de ti... Quero ser a realização desse desejo estranho Que arde e queima a pele e a mente Mas, estranhamente, faz feliz por arder de amor... Que me faz tão feliz por arder nessa chama Se tenho isso, nada me falta Tua emoção me basta, pois ela é minha... E se penso em fugir Minha direção é só uma, teus braços e abraços... Minha fuga imaginária vai até teus braços e só ali me encontro... Saudades eu sinto sim Do que não vivi, do que não vou viver Saudade de nunca poder Saudades de ser de você... Isso é saudade de mim...
(Madalena Ribeiro)

VEM COMIGO...



CONTIGO

Quero enlaçar minhas mãos nas tuas
Sentir teus dedos apertando fortemente os meus...
Quero andar pela praia, sentir a areia nos pés e o vento no rosto
Mas com minhas mãos coladas nas tuas...
Quero olhar nos teus olhos e que estes
Mesmo sérios, me sorriam com ternura e ardor...
Preciso de tua mão na minha, preciso de segurança
Não desenlace os teus dedos dos meus
Me sinto insegura e temo nunca mais conseguir entrelaçar
Apenas fica comigo e segura minha mão
Não fala nada, nosso silêncio já faz eco na rua vazia
Dá-me só tua mão e me sentirei segura
Estou carente? Mas preciso de pouco
Dá-me apenas tua mão na minha
O teu olhar sério e sorridente
Tua boca muda que me fala tudo que preciso ouvir
Na solitude desse meu caminhar trôpego em vida
Não faz nada, só me leva a caminhar...
Qual rumo? Sei lá... apenas caminha comigo
E me segura as mãos e me olha sem falar
Mas que teu silêncio fale tudo que eu quero ouvir...
Preciso do calor de tuas mãos e do teu olhar...
Talvez cheguemos ao infinito
Por que não, se tenho tuas mãos nas minhas
E teu sério e sereno olhar a me seguir e guiar?
E o silêncio me basta, palavras seriam demasia...
(Madalena Ribeiro)

AMOR, AMAR...



SE NÃO FOR AMOR...
A força que tem o olhar Estarrecedor e dominante... Jamais olhei teus olhos, mas eles Me dominam o imaginário... Todos os dias tuas palavras me chegam E falam de amor Um amor que não conheço, que não vejo, que não toco A palavra tem força e poder A imaginação a engrandece Jamais diga que ama sem amar Amor é palavra forte, o sentimento mais ainda Sinta-me primeiro, olhe nos meus olhos E veja se sou seu amor É tão fácil dizer EU TE AMO Difícil é tornar isso em realidade Trazer para o campo da verdade real Sim, por que não se ama um mito Sob pena de se decepcionar... O amor ama um ser mesmo cheio de mazelas Com qualidades e defeitos por que isso é AMAR... Estou amando?
(Madalena Ribeiro)

VOANDO...



COM VOCÊ

Me pega pela mão, me levanta do chão
Eu preciso voar
Me pega pela mão, me leva bem alto
E tira de mi essa sensação de vazio...
Enlaça-me suavemente pelos flancos
E me leva a passear...
Mas elevemos-nos o bastante até que me falte o ar
Me abrace, se enrosque em mim
E me leva nesse vôo...
Preciso subir mais alto, ficar a sós com você
Não tenho medo, você sabe meus segredos
Tudo de mim...
Nada é mistério pra você, nem pra mim você é
Apenas me enlace e me aqueça
Faz com que eu me esqueça de mim nesse abraço
Esqueça do que vivi, do que passou, são lembranças
Agora quero viver com você a aventura única
De querer de novo e mais uma vez..
Me leva nesse vôo com você...
(Madalena Ribeiro)

SUA AUSÊNCIA...



AUSÊNCIA
Preciso de você e busco seu sorriso Em lábios estranhos que passam por mim Ouço seu suspiro leve e suave em bocas estranhas Não é você, não são seus suspiros... Sua presença é viva em mim, mas onde está? Sob a luz pálida da lua caminho pelas calçadas Calçadas nuas e frias, escuro em mim... Nada encontro, não me encontro, não mais você Sorrisos passam por mim em lábios estranhos Não os enxergo e não me vêem eles também Mas eu busco você nas madrugadas frias Perambulo pelas ruas como dementada Busco sua voz, nada encontro, só sons estranhos Caminho longamente, sigo adiante Mas após retorno cabisbaixa Na minha busca nada é você Nunca é você, nenhum sorriso do meu encontro Nada mais é você... Mas onde está se não aqui, mas faz eco em mim?
(Madalena Ribeiro)

PRISIONEIRA DE MIM...




PRISIONEIRO
No silencio da noite algo me machuca a mente Há um grito preso no peito, uma dor surda Ininteligível, inacessível, um sussurro que faz eco E machuca minha solitude noturna... Procuro, debalde, encontrar a razão Nada encontro e me ponho a cismar... De repente, num súbito de lucidez Um estalo na mente e uma saudade de mim... Me vem uma saudade da criatura que fui E que sei já não ser E me indago onde me perdi... Nos embriagantes soluços do teu amar? Nos sussurros de amor que ouvi e falei, tantos?... Onde ou quando me apartei de meu EU? E na madruga fria e insone vem a descoberta O grito que ecoa dentro de mim sou EU Ou o que fui um dia e me perdi de mim... Reprimi, aprisionei, violentei, quando não vivi Todos os sonhos que sonhei... Renunciei por amor, amei, por certo e por demais Mas agora e só agora Reconheço que por esse amor Aprisionei, enjaulei meu EU e esqueci de mim... Na embriagues dos laços teus... doces laços que Me aprisionaram e eu renunciei a tudo que sonhei... Ah, descoberta estranha e aterradora Me perdi de mim quando assumi minha insensata E estranha necessidade de liberdade... Sim, por que ser livre tem um preço Alto preço que se paga com a solidão A solidão dos diferentes, anormais, irracionais... Paguei e ainda pago o preço dessa libertação Dos laços que desfiz (desfiz?) a duras penas... Sou livre, enfim, mas por que meu EU continua Aprisionado dentro de mim? Ah, solidão... O grito surdo é meu... Que me perdi de mim por amor...
(Madalena Ribeiro)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

LEMBRANÇAS...



LEMBRO-TE


Lembro-te bem
Lembro-te sempre...
Apareces em minhas noites
Noites vazias de você...
E no vazio dessas horas
Preencho o nada com as lembranças
Lembranças sutis
Toques suaves, leves
Gostos, sabores, aromas...
Ah, simbiose que se eterniza...
Nesses momentos
Não sei se chego a definir como amor
Amor é palavra e sentido forte...
Mas te defino assim
Lembro-te bem
Lembro-te bem assim...
Não quero lembrar
As lembranças teimam e vêm
Teimam em voltar
Pra
meu desgosto
Lembro-te bem...
Mas nem queria lembrar...
(Madalena Ribeiro)

VEM...




VEM PRA MIM
Vem me amar agora A noite começa e tenho sede de amor Sou uma mulher, amando como uma menina Com a ansiedade de uma adolescente Vem, me conquista hoje Não mais como ontem Com mais sutileza... Vem, terás que descobrir quem sou agora Ontem foi tua conquista e descobristes um lado Uma face do meu ser Hoje podes descobrir mais mistérios Vem, me ama hoje, agora E me descobre, enfim Descobre a mulher que habita em mim... Vem, me ama hoje, agora...
(Madalena Ribeiro)

CAMINHEI NA CHUVA...



CAMINHEI NA CHUVA

Caminhei na chuva, cabelo ao vento, pés descalços Sentindo as gotas gélidas e benfazejas molhando meu corpo Ah, deliciosa sensação a de sentir os pés sendo sugados Pelas enormes poças d’água formadas nas calçadas nuas Caminhei na chuva e, num repente, me bateu uma saudade Saudade sem limite, doída, sem espaço nem tempo exatos Era só saudade... De repente, meu corpo molhado pela chuva era nosso suor O suor que molhava nossos mais loucos delírios Os cabelos molhados, toques sutis, movimentos intensos... Nesse momento senti todo meu ser molhado de amor... Caminhei na chuva e num súbito, as lembranças vieram Inevitável o lembrar de dias, manhãs, tardes e noites Ah, as noites sempre molhadas de paixão... Noites chuvosas de amor, quando loucamente Rolávamos pelo chão molhados de uma chuva diferente Caminhei na chuva e as lembranças vieram A sensação voltou, frescor e liberdade de quem ama Frenesi do frio no corpo ardente, lembrei... Caminhei na chuva hoje Abri os braços e deixei a chuva me molhar Lavar minha infinita solidão Cheia de lembranças sutis de coisas que vivemos Caminhei na chuva sozinha... Meu corpo cansado e já sem emoção Deixei a chuva me molhar mais Me lavar e tentar limpar as lembranças... Caminhei na chuva fria e na rua nua, sozinha...
(Madalena Ribeiro)

SOBRE MIM...



NOTÍCIAS

Quer saber de mim? Não pergunta pra ninguém Te respondo eu, vou levando a vida Ou será ela que me leva? Como um autômato Trabalho sem sentir Num ritmo acelerado e constante De quem precisa sobreviver e esquecer... Quer saber de mim? Continuo meu dia e faço minhas refeições Sem qualquer prazer gastronômico, sem gosto O sentido é manter o corpo... A noite chega euns drinks a mais são benvindos A falsa alegria dos embriagados me cura Pelo menos momentaneamente dessa solidão Caminho lentamente pelas ruas e retorno A casa está fria, escura, sombria, vazia... Quer saber se mudei? Na realidade eu envelheci um pouco Nessa rotina de vida, mas continuo só... Vivo ou sobrevivo com a ausência tua Entre sombras que assombram meu adormecer... Quer saber como estou? Olha pela tua janela a noite escura e fria E podes me imaginar caminhando na noite Passando o tempo, por que me é estranho o ser só... Paradoxalmente, estar só me é agradável agora... Mudei? Sim, hoje a dor é latente, sem lamentos... Ah, esqueci... aqui chove sempre Lá fora e dentro de mim... Sem sentir chove em meus olhos... Nada mais posso te contar sobre mim...
(Madalena Ribeiro)

SOZINHA...



SOZINHA...

Estou só Numa solitude que dói Sozinha comigo Pensando na vida Vida que vivo Vivida em silêncio Silêncio imposto Por essa solidão... Estou só... Só e acompanhada Companhias invisíveis Aos meus olhos Ou seria eu Invisível aos olhos deles?... Não sei... Só sei que estou só... Estranhamente, Nessa solidão me sinto bem Quero sorver cada minuto dela Me faz bem... A vida me fez isso A minha vida é isso... Solidão Não a temo, vivo-a Sorvo-a intensamente... Penetro-me Reconheço-me Vivo meu pedaço de amargura Sem resmungos Estou só... Mas tenho a mim E não sinto medo Ah, medo Eu te superei... Ah, solidão, és minha companheira...
(Madalena Ribeiro)

SILÊNCIO...




Meu Silêncio... Um dia se fará silêncio em mim Um dia minha angústia calará Um dia o que sou será lembrança De mim o que restará Me pergunto...meu silêncio há de gritar Minhas lembranças falarão por mim Ecoarão nos corredores da memória Dos que me amam e dos que não... Minha memória gritará no meu silêncio... Um dia serei saudade Lembrança viva De alguém que passou Meu silêncio será a resposta A todas as minhas dores e angústias Um dia serei lembrança Quiçá saudade... Um dia serei EU... Um dia...
(Madalena Ribeiro)


MINHA TRISTEZA...



Pra esquecer minha tristeza...
Pra esquecer minha tristeza Faço caras e boca, sorrisos amarelos... Sorrio e abro bem os olhos que teimam em fechar... Quando preciso esquecer minha tristeza Mantenho-as no secreto arcabouço das minhas lembranças... Quando quero esquecer minha tristeza Calo meu grito e a voz sai mansa, delineio meu falar... De modo a que pensem que estou em paz... Quando tenho que esquecer minha tristeza Falo com o olhar inexpressivo e, supostamente sereno... Olhar seco, pois as lágrimas estão bem guardadas No compartimento secreto das lembranças No arquivo vivo de minhas mortas lembranças... É lá onde posso chorar... Quando vou esquecer minha tristeza?... Não existe tempo, nem lugar... Pois quando ela se instala me dualizo, Me transformo e deixo a aparente alegria se achegar... Quando quero esquecer minha tristeza Aí é que começo a chorar... Quando quero lembrar minha tristeza Me recolho e deixo extravasar Correr o pranto, molhar o rosto Deixo escorrer toda a lágrima presa em meu olhar... (Madalena Ribeiro)